sábado, 13 de agosto de 2011

DUPLICAÇÃO DA TAMOIOS – 1ª AUDIÊNCIA


Vejam só! Uma duplicação de rodovia que vem sendo planejada há duas décadas, servido de caça votos na região em várias eleições, com orçamento já previsto para obras e para desapropriações, e querem nos convencer de que ainda não tem projeto geográfico de traçado. Que ainda vão fazer audiências para definir retornos, passagens em desnível e passarelas. Como não apresentam traçado se já tem até volume de pedra a ser removido?
Minha gente, isso já está tudo pronto e as audiências serão apenas para cumprir a lei...
DESAPROPRIAÇÕES
Um dos ouvintes indagou sobre as desapropriações e responderam que não tinham resposta para isso, que isso não estava definido. Como? As obras estão previstas para inicio daqui há 8 meses e querem nos convencer de que não sabem por onde a estrada vai invadir terrenos que ainda não são do DER? Como tem valor previsto para desapropriação sem ter metragem e locais onde isso vai ser necessário?
PEDÁGIO
Lamentável que a imprensa, que lá esteve, tenha focado nas reportagens, a questão do pedágio. Besteira! Pedágio vai ter “doa a quem doer”. E isto está definido desde que descobriram essa maravilha para esfolar o cidadão além do IPVA, impostos,etc e tal e passar a responsabilidade pela conservação a uma autarquia ou terceiros. (E se abrirem o projeto do traçado, com certeza aparecerá o espaço reservado para isso)
Temos problemas mais sérios nessa duplicação do que somente pedágio. Acessos, viadutos, retornos, marginais, meio ambiente, mitigação, compensação... São tantas coisas que não serão resolvidas em duas audiências públicas conforme prometidas. E querer nos convencer que ainda vão discutir isso em audiências públicas? Brincadeira!!!...
COMO ISSO FUNCIONA
Ainda não abriram o projeto ao público. Isso vai funcionar mais ou menos assim: realiza-se as audiências para se cumprir a lei, ouvem-se as sugestões, anotam-nas, agradecem a participação dos cidadãos pelas sugestões, que são muito importantes, que vão ajudar a melhorar a obra, etc, etc, etc.
Depois aparecem com o projeto do traçado, que já está resolvido há muito tempo, com a conversa: “Olha isso foi possível, aquilo foi possível, isso não deu por isso, por aquilo, não deu pra atender essa sugestão mas conseguimos fazer isso” e por aí vai. Acredite quem quiser.

AUDIÊNCIAS
E a condução dessas audiências obedecem a um padrão positivista, de afirmativas , de sorrisos, de atendimento, de promesas positivas, sem chances de contra argumentação, com uma psicologia de convencimento que inibe qualquer contestação.
O pessoal do litoral está com a justa preocupação do trecho da serra e do entorno de Caraguatatuba, principalmente quando vão executar a obra.  A resposta foi uma boa enrolação. O discurso foi de que o trecho do planalto é prioritário pela quantidade de usuários e jogaram um número que não tenho como contestar mas espera aí: 16 mil veículos de média dia? Barrabás!
Mesmo que seja, duvido que pelo menos uns 70% dessa média pare antes da serra. E olha: a duplicação vai ser um funil enorme despejando carros e ônibus de turistas, caminhões pesados transportando para o Porto, aumento da quantidade de caminhões abastecendo a região em função do maior fluxo de turistas e aumento demográfico em função dos trabalhos da Petrobrás.
EXIGIR DIREITOS
O pessoal de Caraguatatuba tem que se preocupar muito e botar a boca no trombone, senão...
Enfim, foi isso a audiência. Obra de mais de um bilhão, sem abertura do traçado geográfico para discussão, sem resposta para as desapropriações, sem definição segura do terceiro trecho (serra) e entorno de Caraguatatuba, e todo mundo sorrindo “com o dever cumprido”.
Políticos e cidadãos da região: “Exerçamos nossos direitos de questionamento e exigência de atendimento das reais necessidades do população à margem da rodovia“
Mas o pedágio vem aí...
                                                                                                                                      jotavê/pbna

Um comentário:

  1. Deveríamos, principalmente os políticos daqui, cobrar o projeto. Ele já existe. O Goldman havia prometido entregá-lo até o fim do ano passado.

    De que serve a audiência pública se o povo não sabe o que está se discutindo?

    É a democracia sem povo...

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